TITULO: Estudo Sobre A Circulação de Arbovírus em Animais Silvestres e Artrópodes Hematófagos da Floresta Nacional de Caxiuanã, Município de Melgaço, Pará

Aluno: Pedro Arthur da Silva Araújo

 

Resumo: A Amazônia brasileira se configura como um celeiro para arbovírus, pois fornece elementos fundamentais para a manutenção de ciclos biológicos dos arbovírus. Alterações ambientais decorrentes da intensa atividade antrópica na Amazônia favorecem a emergência e re-emergência dos arbovírus, tais como o vírus da febre amarela silvestre, dengue, chikungunya e Zika. O presente estudo tem como objetivo monitorar a circulação de arbovírus nas populações de animais silvestres e artrópodes da FLONA de Caxiuanã- Megaço- Pará, no período de 2014 a 2016. Para tal, foram realizadas cinco excursões cientificas para coleta de biológicas de animais silvestres (pequenos mamíferos - roedores, marsupiais, carnívoros, quirópteros e aves) e captura de artrópodes hematófagos. Análises ecológicas de dominância, riqueza, diversidade e equitabilidade foram aplicadas aos dados relacionados a captura dos mosquitos. Foi realizada tentativa de isolamento viral em cultivo celular (células VERO e C6/36) e camundongos recém-nascidos. A detecção de anticorpos foi realizada pelo teste de Inibição da Hemaglutinação e soroneutralização. Testes de biologia molecular (RT-PCR) foram aplicadas aos lotes de artrópodes capturados para tentativa de detecção de genoma viral. A caracterização viral será realizada por sequenciamento nucleotídico. As análises ecológicas revelaram elevada frequência de captura das espécies Coquillettidia (Rhy.) venezuelensis, Coquillettidia (Rhy.) arribalzagae, Culex (Mel.) sp., Wyeomyia sp. e Culex (Mel.) portesi. As tentivas de isolamento em cultivo celular e camundongos recém-nascidos obtiveram resultado negativo. O teste de inibição da hemaglutinação evidenciou elevada prevalência de anticorpos contra o gênero Flavivirus nas aves e gênero Orthobunyavirus para os outros animais silvestres. Foi evidenciada uma elevada prevalência de anticorpos contra o Virus Mucambo (MUCV) e Virus Ilheus (ILHV) e uma reação monotípica contra o Virus Oropouche (OROV). Os testes de Neutralização realizados mostraram a presença de anticorpos neutralizantes para o MUCV e OROV e não neutralizantes para o ILHV. Nos testes moleculares detectou-se a presença de sequências nucleotídicas dos vírus Mucambo, Ilheus, Rocio e Bussuquara. Os resultados apresentados sugerem a ocorrência de ciclos de transmissão de arbovírus na FLONA de Caxiuanã.

 

 

Banca Examinadora:

 

Profa. Dra. LÍVIA CARÍCIO MARTINS

 

Profa. Dra. ANA CECÍLIA RIBEIRO CRUZ

 

Prof. Dr. FELIPE GOMES NAVECA

 

Profa. Dra. JENNIFER OLIVEIRA CHIANG (suplente)

 

 

LOCAL: Auditório de Arbovirologia, do Instituto Evandro Chagas – IEC

DATA: 28/04/2017

HORÁRIO: 13:30h