TITULO: AVALIAÇÃO DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS CASOS DE MENINGITE EM PESSOAS VIVENDO COM HIV/AIDS EM UM HOSPITAL DE REFERÊNCIA NO ESTADO DO PARÁ, BRASIL
Aluna: SÁVILLA PATRICIA SÁ DE LIMA
Orientadora: Profa. Dra. ROSIMAR NERIS MARTINS FEITOSA
Resumo:
A meningite é uma importante doença associada a pessoas que vivem com HIV/AIDS. O presente estudo teve como objetivo descrever o perfil clínico e epidemiológico dos casos de meningite ocorridos em pessoas vivendo com HIV/AIDS, internados na Clínica de Infectologia ou Doenças Infecciosas e Parasitárias (DIP) do complexo hospitalar UFPAEBSERH, unidade João de Barros Barreto (HUJBB). Foi um estudo retrospectivo, descritivo e observacional no qual foram incluídas pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHIV) com diagnóstico confirmado de meningite, a partir da analise de fichas de investigação de meningite do banco de dados do SINAN e AGHU no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2017. Nos 130 casos incluídos houve um predomínio de indivíduos do sexo masculino (65,3%) e pardos (96,2%). As idades da população de estudo variaram de 19 a 61 anos com média de 33,9 ± 9,9 anos. Em relação ao nível de escolaridade (58,5%) eram analfabetos ou tinham apenas o ensino fundamental, 13,6% dos pacientes apresentavam carga viral com o valor de 105 a 106 cópias por mL, (46,2%) apresentaram LTCD4 menor que 250 células por mm³, (79,2%) casos de meningite/AIDS pertenciam à mesorregião Metropolitana de Belém. Quanto ao tipo de meningite (42,3%) eram meningite tuberculosa, (40,8%) eram meningite criptocócica, (6,9%) eram meningite inespecífica, (10,0%) eram meningite por outras causas. Os pacientes com meningite tuberculosa apresentaram febre (87,3%), rigidez de nuca (50,9%), sinais de Kernig e Brudzinski (12,7%), confusão mental (9,1%) e desorientação (14,5%), baixo nível de consciência (5,5%), já os pacientes com meningite criptocócica apresentaram maior frequência apenas de vômito (73,6) e convulsões (18,9). (23,5%) das causas de óbito foram por meningite como causa primária, seguido de insuficiência respiratória (17 - 12,9%). Em relação à evolução dos pacientes de acordo com o tipo de meningite, os pacientes com M. criptocócica acumularam o maior número de óbitos (29 - 46,0%). A contagem de LTCD4 diferiu estatisticamente entre os grupos M. criptocócica com p-valor <0,001 e M. tuberculosa, assim como o grupo de pacientes com M. criptocócica diferiu estatisticamente dos outros tipos de meningite p-valor <0,001. A maioria dos casos de óbito apresentava contagem de LTCD8 abaixo de 1.000 células por mm³. Com base nos dados obtidos, destaca-se a importância em ampliar o conhecimento através de novas investigações sobre características epidemiológicas da meningite em um serviço de saúde com intuito de propiciar diagnóstico precoce e melhores formas de tratamento.
Palavras-chave: Meningite; PVHIV; HIV; SIDA; SNC; LCR.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. LUIZ FERNANDO ALMEIDA MACHADO
Profa. Dra. LUCIMAR DI PAULA DOS SANTOS MADEIRA
Profa. Dra. JACQUELINE CORTINHAS MONTEIRO
Profa. Dra. ANDRÉA NAZARÉ MONTEIRO RANGEL DA SILVA (Suplente)
LOCAL: Sala de reunião do PPGBAIP
DATA: 26/09/2019
HORA: 10:00H