TITULO: Fisiopatogenia da Febre Amarela em Primatas não Humanos (Saimiri sp.).
Aluno: Milene Silveira Ferreira
Resumo: A febre amarela (FA) constitui uma ameaça à saúde pública devido ao potencial de propagação do Vírus da febre amarela (YFV) para as áreas urbanas indenes, em um momento de escassez de vacina contra a doença. O Brasil, por ser endêmico e enzoótico para FA e por estar infestado pelo mosquito Aedes aegypti e apresentar intenso fluxo migratório vivência a reemergência do YFV selvagem como ocorrido com os vírus Chikungunya e Zika. Além disso, a vacina da FA vem sendo uma ameaça nas áreas endêmicas face à dinâmica de circulação viral que é complexa e incompletamente compreendida. O presente estudo se propõe a descrever a fisiopatogenia da FA em primatas não humanos (PNH) (Saimiri sp.) com o intuito de viabilizar tal modelo para estudos sobre a doença. Para tal, foram infectados 11 PNH, sem anticorpos para arbovírus, com o YFV (5,31x105 PFU/mL) isolado de um caso humano não fatal. Os animais foram acompanhados durante todo o experimento para observação de alterações clínicas e comportamentais. As amostras de sangue, órgãos e vísceras foram coletadas durante os primeiros 7 dias e no 100, 200 e 300 dias pós infecção para detecção da carga viral por qRT-PCR; mensuração de parâmetros hematológicos; dosagens bioquímicas (ureia, creatinina, AST e ALT); detecção de anticorpos indicadores de infecção recente para FA (IgM) por ELISA e anticorpos totais (IgG/IgM) pelo teste de Inibição da Hemaglutinação para 11 tipos diferentes de Flavivírus que circulam no Brasil (YFV cepa selvagem e vicinal 17D; Virus Bussuquara- BSQV; Virus Cacipacore - CPCV; Virus da Encefalite de Saint Louis - SLEV; Virus dengue - DENV 1, 2, 3, 4; Virus Rocio - ROCV; Virus Ilheus - ILHV e Virus Zika - ZIKV); detecção e quantificação de citocinas (qRT-PCR e imunoistoquímica - IHQ); descrição das alterações histológicas (HE) e quantificação dos antígenos virais (IHQ). Muitos aspectos da fisiopatogenia da FA fatal em humanos são elucidados. No entanto, há uma grande lacuna no manejo clínico e no tratamento de pacientes graves e aos efeitos adversos ocasionados em decorrência ao uso da vacina. Não existem medicamentos específicos para tratar a doença ou reação vacinal. O tratamento de suporte é ineficaz e as melhorias nos cuidados intensivos não diminuíram a alta taxa de letalidade. Além disso, muitos pontos sobre a interação vírus- hospedeiro, replicação e resposta imunológica ainda são mal compreendidos, o que torna de suma importância o desenvolvimento de estudos que corroborem para o entendimento da FA.
Banca Examinadora:
Prof. Dr. JUAREZ ANTÔNIO SIMÕES QUARESMA
Profa. Dra. LÍVIA CARÍCIO MARTINS
Profa. Dra. VALÍRIA DUARTE CERQUEIRA
Prof. Dr. EDUARDO JOSÉ MELO DOS SANTOS (suplente)
LOCAL: AUDITÓRIO ALBINO JOSÉ BELOTTO – IEC
DATA: 04/04/2017
HORÁRIO: 9:00H