Título:  Perfil Comparativo da Expressão de Glicoconjugados da Superfície do Epitélio Intestinal de Lutzomyia spp

Aluno: Davi Marcos Souza de Oliveira

Resumo:

As leishmanioses são doenças distribuídas em 98 países incluindo o Brasil, com registros de casos de leishmaniose visceral americana (LVA) e leishmaniose tegumentar americana (LTA) em todas as unidades federativas brasileiras. As leishmanioses são transmitidas por várias espécies de flebotomíneos sendo a espécie Lutzomyia longipalpis considerada o principal vetor de Leishmania infantum chagasi. A interação vetor-parasito depende de moléculas presentes na superície das leishmanias e das células do epitélio intestinal. O lipofosfoglicano (LPG), presente na Leishmania, é reconhecido por receptores do epitélio intestinal do vetor. Entretanto, em vetores permissivos, a interação parasito-hospedeiro é mediada por N-acetylgalactosamina (GalNAc) do epitélio intestinal. O propósito deste estudo foi caracterizar glicoconjugados do epitélio intestinal de Lu.  longipalpis mantidos em colônia de difrentes gerações bem como de outras quatro espécies silvestres. Os flebotomíneos fêmeas foram dissecados e processados para as técnicas de SDS-PAGE e Western Blotting para caracterização dos resíduos de carboidratos. Para a análise por fluorescência, intestinos foram dissecados em paraformaldeído 1% e incubados com lectinas-FITC. Nos ensaios de interação in vitro, intestinos de Lu. longipalpis, Lutzomyia  flaviscutellata e Lutzomyia antunesi silvestres foram incubados separadamente com 108 promastigotas/ml de Leishmania (Leishmania) amazonensis e Leishmania infantum chagasi marcadas com Vybrant DIOTM. A análise das diferentes colônias mostrou que houve reatividade positiva para as quatro lectinas testadas em todas as colônias sendo a Helix pomatia aglutinina (HPA), a mais reativa (p < 0,05). Resultado semelhante para HPA também foi observado na comparação entre espécimes de Lu.  longipalpis mantidos em colônia com espécimes silvestres. A lectina HPA também foi mais reativa entre Lu. longipalpis e as demais espécies silvestres demonstrando alta reatividade para GalNAc nas cinco espécies estudadas. No entanto, essa diferença foi significante apenas entre HPA e as demais lectinas em Lu. longipalpis enquanto que em Lu. flaviscutellata foram observadas diferenças significantes com HPA e WGA sobre as demais lectinas. A presença de GalNAc e os ensaios de interação, entre flebotomíneos e Leishmanias, sugerem a condição de permissividade para Lu. longipalpis, Lu.  flaviscutellata e Lu. antunesi. Os resultados mostram que os epitélios intestinais dessas espécies expressam uma grande variedade de carboidratos incluindo GalNAc. Portanto, esses resultados chamam a atenção para um constante monitoramento de infecções naturais nessas espécies considerando que a presença de GalNac pode lhes conferir, no futuro, uma competência vetorial diferente conduzida pela evolução.

 

Banca Examinadora:

Profa. Dra. Marinete Marins Póvoa

Profa. Dra. Ana De Nazaré Martins da Silva

Prof. Dr. Chubert Bernardo Castro de Sena

Profa. Dra. Ivoneide Maria da Silva

Profa. Dra. Ana Paula Drummond Rodrigues (Suplente)

 

Local: Auditório "Miguel Cordeiro Azevedo"- IEC- Belém

Data: 05/04/2016

Horário: 14:00h